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Palácio Riachuelo em Curitiba

Ainda resiste na memória coletiva a ideia de que os grandes comerciantes de Curitiba eram europeus — ou seus descendentes. Exemplo disso são os imigrantes alemães, tidos como os principais proprietários na Curitiba moderna. Pessoas bastante influentes, mas de outras tantas origens são frequentemente esquecidas. 


Jorge Pacífico Fatuch, de origem sírio-libanesa, bem como a sua família, é um grande exemplo de homem de posses não-europeu que prosperou no centro de Curitiba. Seu primeiro negócio foi a compra, junto a seus irmãos, de um terreno na Praça Generoso Marques. Ali, em 1916, inauguraram o famoso Palacete Tigre Royal, espaço luxuoso que era alugado a muitos comerciantes e que até hoje está preservado. 

Alguns anos depois, os Fatuch já eram donos de muitos negócios. Foi então que Jorge comprou outra propriedade: um casarão abandonado, na esquina da Rua Riachuelo com a São Francisco. Sobre as ruínas da antiga casa, ele mandou construir o Palácio Riachuelo, inaugurado em 1929. O prédio grande de três andares tem as iniciais de Jorge Fatuch em cada uma de suas laterais. Desde o início, os andares superiores eram residenciais e o térreo comercial: ali já estiveram as Casas Pernambucanas, a Casa Hilu e o Hotel Castelo, por exemplo. Em 1949, a família Fatuch vendeu o Palácio a Ernesto Alves Padilha, proprietário da Feira de Tecidos.


Hoje, no térreo, há uma loja de móveis. Os andares superiores são um pensionato. O prédio está bem conservado, sendo que boa parte da mobília original está de pé. É uma Unidade de Interesse de Preservação.


Texto e pesquisa: Gustavo Pitz

Referências


IUBEL, Aline Fonseca; CORDOVA, Dayana Zdebsky; STOIEV, Fabiano. As muitas vistas de uma rua: histórias e políticas de uma paisagem - Curitiba e a Rua Riachuelo. Curitiba: Máquina de Escrever, 2014. 160 p.

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